A Pastoral da Juventude Paroquial realizou no dia 31/05/2010 o 15º EJC, retiro para jovens tradicional em nossa paróquia, porém o desse ano teve algo implícito, algo que poucos ejotistas conseguiram ver.
A Juventude vive em constante transformação, e a evangelização da Juventude deve seguir esse rítmo também. Durante as primeiras reuniões de preparação do 15º EJC surgiram perguntas sobre “Qual o objetivo do EJC?”, “O que os jovens de nossa Paróquia querem?” Essas perguntas nortearam todas as nossas reflexões.
Decidimos então fazer uma experiência inédita em nossa Paróquia. Decidimos perguntar aos jovens o que eles esperam da Igreja Católica e como eles vêem a realidade de extermínio da juventude que vivemos, para a partir daí traçar as estratégias da evangelização.
Na tarde de 31/05/2010, no 15º EJC da Paróquia São João Calábria julgamos o comportamento de um Jovem marginalizado e a postura da Igreja Católica diante dessa realidade.
Segue a narrativa da história: Um jovem entre 14 e 24 anos foi cruelmente assassinado. Há relatos de que em seu começo de adolescência esse jovem frequentava regularmente a Missa, fazia catequese e participava de Grupo de Jovens, mas depois de um certo tempo esse jovem se distanciou das atividades dentro da Igreja, SUMIU. Há relatos também que nesse período em que o jovem se distancio da Igreja ele se envolveu com drogas, prostituição e criminalidade, não demorando muito, seu novo estilo de vida o levou para o caixão, esse jovem foi assassinado na rua e encontrado jogado a beira da estrada.
O fato que foi julgado refere-se a corresponsabilidade da instituição Igreja no fim desse Jovem, visto que sua formação como pessoa começou entre Missas, Catequeses e Grupos de Jovens.
Foram eleitos 2 assessores da PJ para fazer o papel de advogado de defesa e advogado de acusação. Um justificando o que levou o jovem a ter um vida tão desperdiçada e o Outro defendendo a postura da Igreja diante desses casos.
Após cada advogado colocar suas idéias, os jovens do 15º EJC foram divididos em 7 grupos e incumbidos de inocentar a Igreja ou condenar a conduta do Jovem.
Após 30 minutos de debate entre os grupos veio a decisão: Com uma votação apertada, 4 votos a favor da Igreja, 57% dos jovens ali presente julgaram condescendente a postura da Igreja diante dessa realidade cruel, julgaram que a Igreja já faz tudo o que lhe cabe pela evangelização dos jovens à Jesus Cristo. Mas 3 votos, 42% dos jovens acreditam que é possível fazer mais pela Juventude, 42% acreditam que a Igreja deve “arregassar” as mangas e mudar a forma de evangelização da Juventude.
O que fizemos nesse 15º EJC foi apenas uma dinâmica, não é uma história real, mas podemos tirar algumas conclusões bem concretas: Um pouco mais da metade da Juventude está confortável com a sua posição atual dentro da Igreja, vindo a missa regularmente, participando de eventos de massa, se encontrando finais de semana com amigos E que a outra parte da Juventude quer viver mais e melhor, querem mudar a realidade atual e concordam entre si que se nada for feito não haverá futuro para ninguém.
Essa dinâmica não teve e não tem o objetivo de julgar o pensamento de ninguém, mas nos incita a refletir O que é ter amor ao meu próximo, O que é perdoar, Qual realmente é minha missão como batizado.
Mas agora quero que reflitam outra coisa, Quem é esse Jovem que morreu cruelmente? Quem é essa Igreja que está confortável em sua posição? É realmente plausível que jovens se envolvam no mundo das drogas e violência e que nada se faz em nossas paróquias para tentar melhorar esse quadro?
O desafio do trabalho de evangelização com os jovens está na habilidade de saber viver e compreender as diversidades, nenhum jovem é igual a outro e não podemos esperar que o trabalho que funcionou com um determinado grupo de jovens funcione com outros jovens também, é necessário evoluir, modificar as estruturas, para só assim alcançarmos o objetivo de “Cada vez mais jovens se unam em torno de Cristo e com ele construam a civilização do Amor”.
Joilson Lemos
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