História

Recordar é resgatar a história da Pastoral da Juventude Nacional – PJN – é um ato maravilhoso de rever lugares, pessoas, olhos, sorrisos de milhares de jovens que foram se tornando protagonistas por causa do projeto de Jesus Cristo. Teremos apenas um pequeno aperitivo desta ação que fez a Igreja do Brasil mais comprometida e engajada na construção dos sinais de vida.

Você conhecerá um pouca da história da Pastoral da Juventude  NACIONAL, por uma PJ pé no chão.

1960: A juventude começa a transformar o mundo. Nessa época o jovem apenas escuta os movimentos. Mas, ele quer falar e não apenas escutar , cresce então a repressão contra essa consciência.

1962: De 62 a 65 acontece o Concílio Vaticano II, a Igreja começa a despertar. As missas deixam de ser celebradas em latim, o padre se virá para o povo, reconhecem Maria como mãe de Deus e da Igreja, cria-se o diaconato permanente, entre outras mudanças que abalaram toda a estrutura da Igreja.

1964: Cresce o número de governos ditatoriais no mundo. No Brasil, o golpe militar de 64 derruba João Goulart e inicia-se um processo de repressão a qualquer tipo de movimento (partidos, congressos, etc). Todos os movimentos (JAC, JEC, JIC, JOC, JUC, etc) tiveram uma atuação muito grande nesse período. Haviam jovens da JUC que faziam parte da UNE. No meio operário e secundarista, a JOC comandava passeatas, greves, etc. Os jovens que estavam a frente dos grupos foram calados, até torturados e assassinados. A JUC cria a Ação Popular (AP) que era mais ou menos como um partido político, que vai para a luta armada e a maioria morreu.

1966 : Acontece o AI-5 proibindo qualquer manifestação. Após as 10 horas todos deviam estar em casa e a ditadura militar inicia seu trabalho de repressão a todo vapor. Os movimentos acabam e por último a JUC em 1966. A juventude entra no silêncio, pois os movimentos desapareceram e não tem mais atuação tão forte, ou seja, a juventude que intervia na história começa a se calar.

1968: Acontece o Encontro de Bispos da América Latina em Medellin. A igreja da América Latina da preferência a ação para os jovens.

1969: O clero ainda tinha uma mentalidade conservadora e a Ação Católica é desfeita, o clero não reconhece mais a Ação Católica. Com o fim da AC, criou-se um vazio no trabalho “juvenil” da Igreja. Não se matou somente uma organização, aniquilou-se um propósito de vida, uma metodologia de trabalho, um modo de o jovem ser Igreja. Surgem então os Movimentos de juventude que priorizam o lado emocional do jovem (RCC, TLC, EJC, Cursilhos de Cristandade, etc). Surgem os movimentos de massa.

1970 : Os jovens mudaram de progressistas para conservadores durante a primeira parte da década de 70, preocupando-se principalmente com seus problemas pessoais. O mesmo fenômeno aconteceu em outros países do mundo.

1973: Ocorrem iniciativas da CNBB de articular experiências de uma Pastoral da Juventude . Acontece o primeiro encontro Nacional no Rio de Janeiro.

1974: Jovens do Estado de São Paulo reuniram-se em assemblêia e elaboram o documento Princípios e Diretrizes da Pastoral da Juventude, aprovado pelos bispos.

1975: Acontece o I Concílio de Jovens em Vitória (ES).

1976 : Ocorre o segundo encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ) tambêm no Rio de Janeiro.

1977: Acontece o II Concílio de Jovens em Lins (SP). A partir daí, surge a articulação da Pastoral Universitária.

1978 : Acontece o 3o Encontro Nacional da PJ, onde surgem as diretrizes de ação da PJ: Pastoral Orgânica, ou seja, integrada com as demais pastorais da Igreja, opção pelos pobres através dos trabalhos sociais, atingir muitos jovens por intermédio de pequenos grupos em meios específicos e utilizar o método Ver-Julgar-Agir, aproveitando as influências da AC.

1979: Acontece outra Encontro dos Bispos da América Latina em Puebla, México, onde a igreja opta pelos mais empobrecidos.

1980 : A partir de 77 um novo despertar na juventude. Os jovens são os primeiros a irem para as ruas para exigir a volta do estado de direito. São seguidos pelos intelectuais, advogados, professores. Muitos fatores colaboraram para a criação da PJ: a limitação dos movimentos de encontro, a necessidade de dar resposta ao grito dos empobrecidos, a necessidade de liberdade, a dispersão e isolamento de jovens através dos encontros de massa, a falta de objetivos claros dos movimentos, a necessidade de planejamento participativo e a questão que a partir dos anos 80 os jovens voltam a ter destaque no mundo (ONU e Puebla).

1983: 4o Encontro Nacional da Pastoral da Juventude. Pe. Jorge Boran assume a assessoria nacional em substituição ao Pe. Hilirio Dick. Todos os regionais estavam presentes, sendo a maioria jovem.

1984 a 1989: Acontecem mais 4 encontros nacionais da Pastoral da Juventude.

1990: A juventude volta a se calar devido as constantes mudanças que estão ocorrendo no mundo: a queda do muro de Berlim em 1989, a primeira oportunidade de votar para os jovens em 1990 no Brasil, a desintegração da União Soviética em 1991 acabando assim o comunismo, a nova instituição do modelo capitalista neoliberal. O jovem começa a perder a esperança. Muitos não conseguem trabalho. A insegurança e o desespero empurram muitas pessoas para as seitas milagreiras. Os movimentos voltam a atuar com mais intensidade no meio juvenil. A PJ muda seu discurso se adaptando a nova realidade.

1992: Bispos da América Latina se reúnem em Santo Domingo, na Republica Dominicana. Os jovens voltam as ruas através do impeachment do presidente Collor, aquela mesma juventude que até semanas atrás era tida como “individualista e despolitizada”.

1996: Acontece a 11o Assembléia Nacional da Pastoral da Juventude (ANPJ), denominada a “Inzima”. Uma nova etapa para a PJ, a assembléia foi realizada para: Partilhar e repensar o projeto da PJB em vista da missão; celebrar um novo tempo; trabalhar a missão da PJB elaborando linhas comuns e projetos concretos de ação, formação e espiritualidade; definir a organização e o organograma da PJB. Cria-se o 1o Plano Trienal de Ação da PJ (1996 – 1998).

1998: Em janeiro, aconteceu o V Encontro Nacional com a participação de 200 delegados e delegadas, de todos os cantos do país. Em julho, aconteceu na cidade de Lins (SP) o III Concílio de Jovens, após 20 anos desde o último concílio. Em outubro, teve lugar o II Congresso Latino-americano de jovens com cerca de 1000 pessoas, sendo 730 delegados e os demais convidados. Acontece a 12o ANPJB, onde se define o 2o Plano Trienal (1999 – 2001).

2001: Acontece a 13o ANPJB com 170 participantes para avaliar o Plano Trienal. Foi um momento de rever a história e planejar o caminho em comum para os três anos seguintes. Surge o novo Plano Trienal (2002 – 2004).

2003: Comemora-se 30 anos de Pastoral da Juventude no Estado de São Paulo e 20 anos de articulação nacional. Discussões em todo o país tem como tema as Políticas Públicas para a Juventude. Em 2003, tiveram lugar vários congressos e encontros sobre este tema a nível nacional, com inumeros representantes da Pastoral da Juventude: I Semana Nacional sobre Políticas Públicas para Juventude, I Fórum da Cidade de Sáo Paulo sobre Juventude, III Encontro Nacional do Movimento Fé e Política, entre outros.

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