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Vem aí o 1º ECC (Encontro de Casais com Cristo) da Paróquia São João Calábria

Vem aí o 1º Encontro de Casais com Cristo da Paróquia São João Calábria
Data: 11-13 de Novembro 2011
Tema: FAMÍLIA, IMAGEM DE DEUS AMOR!
Estimados irmãos e irmãs em Cristo.

Somos cidadãos, membros da Família de Deus” (cf. Ef 2,19…). Quem está em Deus, com Deus, para Deus, não se sente encarcerado, amarrado, abandonado, despejado da pátria e desvalorizado. Não pertencemos a este mundo, pertencemos a Deus.

Como casais cristãos, cidadãos da família de Deus, temos os mesmos sentimentos de pertença, a mesma fé alimentada nas mesmas verdades, e sonhamos com as mesmas aspirações para vivermos bem, sermos felizes, termos aprofundado a bela e rica experiência do amor e da felicidade. Queremos nos lançar no mundo da esperança e da visão de futuro mais sólido da nossa existência. É assim que Paulo se dirige à Comunidade a partir de sua prisão. O futuro pertence a Deus e em Deus viveremos definitivamente, segundo a verdade, proclamada para todos os que crêem na ressurreição de Cristo. A partir dessa verdade, aspiramos conduzir e proteger a nossa família. Queremos recuperar o paraíso perdido de nosso lar e descobrir facetas, lances, situações e atitudes que possam nos aproximar do paraíso original.

Não podemos esquecer de que somos produto da cultura cristã que nos ensinou a conviver com sensibilidade e integração com toda a criação. Novos tempos, novas exigências, novos desafios, novas tensões e novas oportunidades, eis a situação do nosso mundo. A família se torna a grande vítima dessas mudanças quando elas não forem equilibradas e humanizadas.

Necessitamosconstruir para nós humanos, uma pátria, um sonho, uma cidade, um lar, a segurança para nos proteger e recuperarmos o sentido verdadeiro do amor. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifestam essa constante preocupação através das Diretrizes Gerais da Ação evangelizadora da Igreja no Brasil: “A partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, (cf. Jo 10,10) rumo ao Reino definitivo” (objetivo geral do DGAE).

Nos perguntamos: Estamos cuidando, construindo um mundo bom e seguro para nós mesmos e para as gerações futuras? Agimos a partir de quem? Nos fortalecemos no amor a partir de quem? Temos consciência de que somos fruto da família de Deus e que aspiramos novos céus e nova terra? Quais são as interpelações de hoje que desintegram rapidamente a família? Qual é a contribuição que a Pastoral Familiar apresenta para orientar, confortar e convencer de que a Família continua sendo o ambiente mais saudável, necessário para a formação do caráter de uma pessoa? Onde estamos fracassando?

Na tentativa de unir judeus e pagãos na mesma fé e na mesma esperança, São Paulo nos conduz para a consciência e maturidade de fé para compreendermos de que somos filhos do mesmo Deus, na mesma esperança anunciada por Jesus Cristo, Filho de Deus e que nos tornamos em Cristo os membros de uma família querida e extensa, portanto, nos tornamos cidadãos dos céus, da família de Deus.

As forças da manutenção de uma família protegida pelo amor que justifica o sentido do viver se ancoram sob três pilares: Trabalho, Amor e Transcendência. São os alicerces da sociedade, da família e da pessoa bem estruturada.

I. Trabalho

É muito comum a frase, “quem se casa quer casa e trabalho”. Moradia e sustentabilidade fazem parte da segurança e da realização humana. Entendemos o trabalho como um processo criativo, capaz, inteligente, diferenciado, condução das possibilidades humanas. Trabalho é invenção, criação, descoberta, faz parte da obra criacional de Deus. Trabalho é espaço, é relação é sonho. Portanto, somos cidadãos dos céus, da família de Deus que vive dentro de um espaço, em relação com os outros se mantém e que fomenta sonhos, desejos, que tem sentimentos e defende o cuidado pela vida e vida em plenitude.

A família nos conduz num processo crescente na arte do trabalho, espaço sagrado para a formação integral na descoberta da vocação pessoal de cada um. Criados a imagem e semelhança de Deus, somos convocados para recriar, melhorar a obra iniciada por Deus. Ele nos criou para ajudar e recriar o mundo. Não para dominar e exterminar. A natureza trabalha incansavelmente. E quando ela é agredida e invadida na sua rota natural, ela se desequilibra. Conseqüências, desastres ecológicos, pragas, doenças, depressão, injustiças, violência e mortes.

A família vive neste mundo cercado pelo cuidado constante na busca frenética da sobrevivência. É o trabalho constante que age conforme sua capacidade para satisfazer o desejo de ser bom e feliz. “Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a justiça, secundada pela caridade” (GS 69).

A CF deste ano de 2011 nos ajudou a refletir sobre o trabalho dos humanos na busca da sobrevivência e com certeza, detectamos quanta transformação para o bem da vida e quanta transformação para o aniquilamento da vida.

O desejo de transformação na humanidade foi sempre comum dentro do coração e da essência do humano. Basta olharmos a história humana. Podemos destacar o povo antigo, com sua busca da terra prometida. A escravidão no Egito, às guerras entre povos, clãs e dinastias na busca da segurança, do avanço dos impérios e territórios. A onda das navegações da idade média, além do oriente e ocidente europeu descobriram a Índia e América Latina. Mais tarde surge a grande revolução industrial, o mundo da energia elétrica, da cibernética, os Meios de Comunicação Social, mundo digital e qual será a próxima grande descoberta? Vivemos na constante busca da transformação.

Transformações que nos tiram a liberdade e a segurança, mundo do narcotráfico, da infidelidade familiar, dos vícios, do aglomerado e da falta de sensibilidade e senso do cuidado pela vida. Violência, corrupção, leis perversas, etc. Tudo o que atrapalha a comodidade é expulso do seu meio, aborto, divórcio, chacinas, ateísmo materialista e outros. Esse é o mundo das transformações onde vive a família. O ser humano age e sabe que age. É ativo, trabalha, está em constante ação. É um ser pensante. Vive pensando, imaginando, buscando felicidade de dia e de noite. Não pára de pensar e buscar. Longe da proteção Divina, o seu pensamento se desvirtua e toma caminhos obscuros. Na falta da luz, age sem ver e sem sentir. Cristo é a luz, nos dá as dicas para vivermos sem tropeçarmos na caminhada. João 12:46 “Eu [Jesus] vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas”. João 11:9-10 Respondeu Jesus: “Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz” Pensar como Jesus pensava, viver como Jesus ensinava, sentir como Jesus sentia, amar como Jesus amava.

A dimensão do cuidado, reflexo de um trabalho justo e equilibrado, conduz toda a ação humana para a busca da felicidade. Como diz o Pe. jesuíta John Powel: “ A felicidade é um trabalho interior”. Aos humanos Deus deu a condição de criar, aos outros seres criados não, aos humanos Deus deu a capacidade de saber ser amado e amar. Ao ser humano Deus deu a condição de pensar, de construir, de inventar, aos outros seres não.

Esta atitude nos remete para o segundo pilar, AMOR.

II. Amor

Somos resultado do amor entre a mulher e o homem. A mais linda extensão do desejo de Deus, “façamos o homem e a mulher a nossa imagem e semelhança”. “E Deus viu que era bom”. Quem ama tem tempo para admirar, se ocupar e se encantar. É necessário fomentar o encanto daquilo que existe e foi criado por amor. Amar é relação com alguém ou com algo. É dar calor aquilo que existe.

O papa Bento XVI nos convida a mergulhar na belíssima virtude do amor. O amor é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz. É uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta. Cada um encontra o bem próprio, aderindo ao projeto que Deus tem para ele a fim de realizá-lo plenamente. Com efeito, é tal projeto que encontra a verdade sobre si mesmo e, aderindo a ela, torna-se livre (Cf. Jo 8,22). Ainda diz o papa, todos os humanos sentem o impulso interior para amar de maneira autêntica. Amor e verdade nunca desaparecem, porque é a vocação colocada por Deus no coração e na mente de cada ser humano. (cf. Caritas in Veritate de Bento XVI pg 3).

O belíssimo documento (Familiares Consortio n.09) nos convoca para uma constante conversão: “É pedida uma conversão contínua, permanente, que, embora exigindo o afastamento interior de todo o mal e a adesão ao bem na sua plenitude, se atua concretamente em passos que conduzem sempre para além dela. Desenvolve-se assim um processo dinâmico, que avança gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus e das exigências do seu amor definitivo e absoluto em toda a vida pessoal e social dos humanos. É, por isso, necessário um caminho pedagógico de crescimento, a fim de que os fiéis, as famílias e os povos, antes, a própria civilização, daquilo que já receberam do Mistério de Cristo, possam ser conduzidos pacientemente mais além, atingindo um conhecimento mais rico e uma integração mais plena deste mistério na sua vida”

Na busca constante da compreensão e no fortalecimento da relação saudável, necessária e enriquecedora é que o ser humano faz crescer dentro dele mesmo o autêntico amor. Esse amor se torna atração (Eros), se torna amizade (filia) e se torna comunhão – partilha (ágape). Amor nunca se cansa, sempre se abastece no grande e imenso amor que é Deus.

Amor não está na linha da imposição, mas da gratuidade. Ama ou não se ama.

III. Transcendência (Espiritualidade)

A transcendência é a espiritualidade. O ser humano, que tem boa espiritualidade tem harmonia no amor, e criatividade no trabalho. A transcendência é a alma da espiritualidade, fomenta a esperança, o sonho de retornar ao paraíso perdido, “somos cidadãos do Reino dos Céus”. A comunhão de amor entre Deus e os humanos ( aliança), conteúdo fundamental da Revelação e da experiência de fé de Israel, encontra sua significativa expressão na aliança nupcial, que se instaura entre o homem e a mulher. É por isto que a palavra central da Revelação, «Deus ama o seu povo», é também pronunciada através das palavras vivas e concretas com que o homem e a mulher se declaram o seu amor conjugal. O seu vínculo de amor torna-se a imagem e o símbolo da Aliança que une Deus e o seu povo.

Pelo Sacramento do matrimônio temos o maior patrimônio espiritual que santifica e fortalece a família. Vai além das possibilidades, a transcendência sempre vai além, nunca se basta. Jesus Cristo, razão de nossa fé e certeza da revelação divina é o sinal eterno da aliança entre Deus e a Igreja e a aliança entre o esposo e a esposa.

Eis a verdade sobre o matrimônio e que ninguém tem o direito de intervir, nem Estado e nem outras instituições, pois, pertencem ao homem e a mulher, que formam a unidade de vida, que se prolonga na criação dos filhos, fazendo coro ao Deus amor, contemplando seus filhos como estupenda obra milagrosa que somente o homem e a mulher, segundo a vontade de Deus, conseguem trazer ao mundo.

Somos cidadãos, membros da Família de Deus por amor. A família se torna o alicerce de um novo mundo, onde não faltam criatividade, nem harmonia em todas as devidas relações porque tem um espírito bom. Espírito de Deus animando e soprando vida, e mais vida para louvor e glória de Deus. Pois “o meu Pai trabalha muito” e “eu trabalho pelo Pai, pois o Pai e eu somos um” e “quero que tenham vida e vida em abundância” (cf. Jo 5,17;10,10). Cremos que a família é a imagem de Deus que em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma família. Na comunhão de amor das três Pessoas Divinas, nossas famílias têm sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino (DA. N.434).

Fontes de apoio
DGAE 2011-2015
Documento de Aparecida
Verbum Domini – Bento XVI
Deus Caritas Est – Bento XVI
Caritas in Veritate – Bento XVI
Familiaris Consortio – João Paulo II
IX Congresso Nacional da Pastoral Familiar – Belo Horizonte

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Uma Experiência com Deus

No último dia 25, aconteceu na Paróquia São João Calábria, o 8º Encontrão de Casais, onde 55 casais deixaram suas casas para passar o dia inteiro em retiro na comunidade São Mateus, na Chacará das Mansões.

Foi um dia marcado por muitas emoções e amor entre os casais de nossa paróquia.

Vejam algumas fotos:

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15 de Agosto é o Dia do Encontrão de Casais

Com o dia dos pais, abre-se a Semana da Família, um momento de reflexão e oração para entender este momento tão crucial pelo qual passa a família. Como tema  de reflexão inserimos aqui o texto de Dom Canísio Klaus.

Agosto é o mês vocacional e também pode ser chamado mês da família. Toda vocação tem sua origem na família. Valorizando a família promoveremos as vocações. A família é geradora da vida e berço das vocações. Tudo começa na instituição familiar, criada por Deus no início da criação. Portanto a família é uma instituição divina e tem a marca de Deus que é o Amor.

Celebramos a Semana Nacional da Família de 7 a 14 de agosto, com o tema: “Família, Formadora de Valores Humanos e Cristãos”.

É verdade! É no seio da família que se inicia todo o processo formativo do ser humano. Sempre, na historia, a família foi considerada a primeira escola de fé e dos valores humanos e cristãos. É ali que aprendemos a dizer pela primeira vez: papai, mamãe. É também no colo dos nossos pais que aprendemos a fazer o sinal da cruz e a rezar as primeiras orações. É na convivência familiar que somos iniciados ao respeito, obediência, trabalho e partilha. É no seio da família que aprendemos as primeiras virtudes cristãs e os princípios éticos e morais da justiça e da fraternidade.

É por estes motivos que o Papa Bento XVI ensina que a família é o maior patrimônio da humanidade e o tesouro mais importante dos povos.

Ela tem sido e é a escola da fé, dos valores humanos e cívicos, lar em que a vida humana nasce e é acolhida generosa e responsavelmente. Por isso a família é insubstituível para a vida dos povos.

A família é o espaço sagrado de nascermos, vivermos e morrermos dignamente. Não há outro lugar mais nobre para o ser humano desenvolver-se integralmente. Mas para que a família seja de fato o santuário da vida, é preciso escolher e experimentar os valores fundamentais que a sustentam, tais como o amor, a fidelidade, o respeito, a espiritualidade, a fé e a oração.

Você sabe muito bem o valor da família em sua vida. Já pensou o que seria de você sem a sua família? Se você ama a sua vida, também deve amar a sua família. E, se ama sua família, o que faz por ela?

Sugiro que, para fortalecer e iluminar seu amor e espiritualidade familiar, leia e reflita o texto de Mateus 6, 19-21. Depois responda para si mesmo:

  1. O que eu considero tesouro em minha vida.
  2. O que mais me alegra na vivencia familiar.
  3. Quais as preocupações que eu tenho em relação à família.

Feliz Dia dos Pais e que Deus abençoe as famílias. Amém.

Dom Canísio Klaus

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